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Hoje separei os quotes desses livrões que me fizeram refletir demais nas últimas semanas. Espero que eles te ajudem em algum momento que esteja passando ou te desperte algum interesse pelas obras de Margaret Atwood. Não deixe de conferir as resenhas de “O conto da Aia” e “Os testamentos“.
Não é de fugas que eles têm medo. Não iríamos muito longe. São daquelas outras fugas, aquelas que você pode abrir em si mesma, se tiver um instrumento cortante.
É um acontecimento, um pequeno desafio às regras, tão pequeno a ponto de ser indetectável, mas momentos como esse não são as recompensas que guardo para mim mesma, como as balas que juntava e escondia, quando criança, no fundo de uma gaveta. Momentos como esse são possibilidades, minúsculos olhos mágicos.
Vocês jovens não dão valor às coisas, dizia. Não sabem as coisas por que tivemos que passar, só para conseguir fazer com que vocês chegassem onde estão. Olhe só para ele cortando as cenouras. Vocês não sabem quantas vidas de mulheres, quantos corpos de mulheres os tanques tiveram que passar por cima para chegarem a este ponto?
Amor, dizia Tia Lydia, com desagrado. Não me deixem pegar vocês nisso. Nada de ficarem no mundo da lua e sonharem acordadas por aqui, meninas. Balançando o dedo para nós. Amor não é o que interessa.
Há algo poderoso em sussurrar obscenidades sobre aqueles que estão no poder. Há algo de delicioso nisso, algo de malicioso, secreto, proibido, estimulante. É como uma espécie de feitiço. Isso os esvazia, os reduz ao denominador comum onde se pode lidar com eles.
Nenhum de nós diz a palavra amor, nem uma única vez. Seria tentar o destino; seria romance, daria azar.
No Muro estão penduradas as três mulheres desta manhã, ainda com seus vestidos, ainda com seus sapatos, ainda com os sacos brancos sobre a cabeça. Os braços foram desamarrados e estão rígidos e retos, estendidos ao longo dos flancos. A azul está no meio, as duas vermelhas, uma de cada lado, embora as cores não estejam mais vívidas; parecem ter desbotado, ficado pardas, como borboletas mortas ou peixes tropicais secando em terra. Perderam o brilho. Ficamos paradas e as olhamos em silêncio.
— Que isto seja um lembrete para nós — diz a nova Ofglen finalmente.
Anotou algum?
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