Lá estava eu na casa da minha sogra para passar a semana, sem internet, sem televisão, uma série de box escrito, House Of Night, resolvi me aventurar. Eu tinha esperanças melhores para Marcada de fato. Mas perdi elas completamente logo no início do livro.
Logo no começo, é apresentado um diálogo um tanto quanto fútil entre Zoey, a protagonista, e Kayla, sua antiga melhor amiga. Então, Zoey vê um vampiro perto de seu armário, o reconhecendo por causa de suas tatuagens, sendo este um Rastreador que a Marca com uma lua crescente na testa. Sem dar explicação alguma ao leitor, tudo o que se sabe é que ela deveria ir para a Morada da Noite, uma escola de vampiros, onde ela deve se tornar uma através da Transformação e se não for para lá, ela terá de enfrentar a morte.
A mãe dela nos é apresenta como uma pessoa legal até se casar com outro homem e se deixar ser controlada por ele, que Zoey chama de “padrastotário”, além da irmã, como a líder de torcida perfeitinha, e o irmão, como um nerd ou algo assim. Sendo assim, Zoey acredita que, na família dela, a única pessoa em que pode confiar é sua avó, que é Cherokee, por isso, é um dos motivos de Zoey saber alguma coisa sobre rituais, mas não é um bom motivo para saber tudo, que é o que acontece no livro. Os pais dele enlouqueram ao saber que fora Marcada e logo o padrasto chama o psiquiatra da família e o Povo da Fé para realizar algumas preces em sua casa. Com isso, Zoey pressente que o certo a fazer é fugir de casa e encontrar sua avó, que parece a única que saberá o que fazer.
Nada é desenvolvido de um jeito que o leitor possa entender, tudo acontece de uma forma estranha, o mundo é apresentado como se o leitor já o conhecesse e a história em si tem falhas demais. Parece que as autoras tentaram fazer algo com uma linguagem juvenil (levando em conta que a autora pediu para que sua filha mexesse no livro a fim de deixar ele mais acessível ao público), mas pressupondo que todos os jovens, principalmente as garotas, falem da maneira proposta no livro, sinto-as taxando os jovens como estúpidos. A narrativa deixa muito a desejar com muitas descrições, acredito que pessoas não querem aprender a se maquiar em um livro com a temática vampiresca.
– Zoey Montgomery! Fostes escolhida pela Noite; tua morte será teu nascimento. A Noite te chama; preste atenção para escutar Sua doce voz. Teu destino aguarda por ti na Morada da Noite!
Gostei dos rituais realizados ao longo da história, mas foram uma exceção ao resto do livro e mesmo isso é mal desenvolvido, quase sem explicações para o uso desses. Não digo que foi uma leitura arrastada, pois foi muito mais do que isso: eu não queria continuar, mas me forcei e cheguei ao fim.
O livro é em primeira pessoa e Zoey ficava cada vez mais chata. Creio que as únicas personagens que consegui gostar de um jeito ou de outro, foram Stevie Rae, a colega de quarto de Zoey, e Neferet, a mentora dela.
Eu busco força, não para ser maior que os outros, mas para lutar contra meu maior inimigo, que é a dúvida dentro de mim mesma.
Zoey é a completa Mary Sue, a personagem perfeita que, mesmo sendo novata na escola de vampiros, possui poderes suficiente para uma Grande Sacerdotisa, e, a única explicação um pouco sensata para isso é Nyx, a Deusa que os vampiros na Morada da Noite adoram, ter falado com ela enquanto ela procurava sua avó. Mas, mesmo que a Deusa a que adoram tenha falado com ela, não se torna explicável o amadurecimento tão rápido da personagem principal.
A surpresa me fez abrir os olhos. Eu estava olhando para uma luz, a qual miraculosamente não me doeu nos olhos. Ao invés da luminosidade ofuscante do sol, aquilo era mais como uma suave chuva de luz de velas filtradas do alto. Eu me sentei e percebi que estava errada. A luz não vinha do alto (…).
Meu corpo estava totalmente imóvel. Minha testa tinha um corte e sangrava muito. O sangue pingava sem parar dentro de uma fenda no chão pedregoso, fazendo uma trilha de lágrimas vermelhas que caía no coração do penhasco. Era incrivelmente estranho olhar para baixo e ver a mim mesma. Eu não estava com medo. Mas devia estar, não devia? Isso não queria dizer que eu estava morta?
Ao longo da história, P.C. e Kristin Cast aparentam ter uma mente preconceituosa contra muitas coisas . Alguns (poucos) exemplos são a parte em que Stevie Rae apresenta Damien a Zoey e, como o garoto é gay, ela diz que ele não conta como menino (então, quer dizer que o garoto ser gay tira o órgão dele, certo? Que eu saiba, a não ser que ele seja trans, ainda que gay ele continua sendo um garoto). Em algum ponto no começo do livro, ela também alega que meninas bulímicas são loucas que querem parecer a Paris Hilton, beleza, logo, quer dizer que é assim que você trata um transtorno alimentar, que se trata de uma doença mental que pode chegar a estados gravíssimos e ela as trata como loucas. Ainda, o quanto ela julga os outros personagens (que são ótimos estereótipos) é detestável.
Senti também uma tentativa de uma pegada Mean Girls no livro com as autoras dando um jeito de todo o plano arquitetado por Zoey funcionar perfeitamente no livro.
As mudanças quanto aos vampiros não me incomodaram muito e geralmente essas coisas não me afetam, já que, como são seres fictícios, é possível diferentes interpretações para estes seres.
Porém, seguindo a regra do “o primeiro livro da série fantasia é sempre o pior, e a história realmente começa a partir dos próximos”, eu embarquei na aventura de morar na Morada da noite. Já li até o sétimo e preciso da um pequeno spoiler, Zoey continua sendo a pior personagem!
A SÉRIE HOUSE OF NIGHT POSSUI 12 VOLUMES
Nem sempre as resenhas são de livros na minha opinião maravilhosos, mas recomendo para aqueles que querem algo leve e sem ter que pensar muito, vale a leitura como passatempo. Caso você caro leitor, já tenha lido, fica aberto abaixo a caixa para falarmos sobre.
Decepção, sempre fui com a cara desse livro pela sinopse. 🙁