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Olá, seguidores distópicos! Achei conveniente começar com essa saudação, já que a resenha de hoje é de um bom livro de distopia. “Vox”, de Christina Dalcher, tem uma pegada bem parecida com Handmaid’s Tale, e também permite reflexões importantes sobre o machismo e o avanço do conservadorismo atual.
A história se passa em um futuro próximo, nos Estados Unidos, governado pela extrema direita conservadora do país. Os governantes, todos homens, e apoiados por “pessoas de Deus” decidem tomar uma decisão que afeta toda a população norte-americana em que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia!
A nova legislação foi responsável por destituir várias mulherões po**a de seus cargos, entre elas, a renomada neurolinguista – e nossa protagonista – dra. Jean McClellan, que passou de professora universitária a dona de casa contra a própria vontade, e sem palavras para protestar.
Diante de um governo extremista, machista, homofóbico e misógino com uma capa de cristianismo em cima, Jean precisa se esforçar para se manter viva e segura, bem como garantir que os filhos, em especial, a caçula, Sônia, também fiquem bem diante disso tudo.
Após um acidente com o irmão do presidente, a doutora tem a chance de ter seu laboratório e sua voz novamente, até que o paciente seja curado. Sabendo que assim que sua função for cumprida, voltará à rotina de dona de casa submissa, Jean se vê obrigada a fazer o possível para que as mulheres recuperem os direitos perdidos.
Eu adoro distopias, principalmente pela capacidade que elas têm de nos fazer refletir sobre a própria sociedade “real” em que estamos inseridos. “Vox” não apenas me fez pensar na dificuldade de ser mulher em uma sociedade extremamente machista, como me fez repensar meus próprios privilégios como homem.
O livro também serviu como um puxão de orelha ao comodismo de boa parte dos cidadãos, que mesmo discordando das ações ruins do governo, preferem guardar consigo a indignação, ao invés de protestar, fazendo com que as ideias de intolerância se espalhem sem dificuldade.
Abaixo, um trecho do livro que me marcou bastante:
Minha culpa começou há décadas, na primeira vez que não votei, nas vezes incontáveis em que disse a Jackie que estava ocupada demais para ir a uma de suas passeatas, fazer cartazes ou ligar para meus congressistas
Sempre deixo para militar no final, mas é impossível não pensar na realidade brasileira, concordam? Nas eleições de 2018, um número incontável de pessoas desistiu de ir às urnas ou de se posicionar, assim, acabamos elegendo alguém que provou em seus posicionamentos ser extremamente incapacitado de estar comandando uma nação. É isso.
Uma curiosidade em relação ao trecho é que, diferente do Brasil, votar não é obrigatório nos Estados Unidos. Por isso, é comum existirem campanhas em todos os anos eleitorais que incentivam os norte americanos a irem às urnas. Imagina se aqui fosse assim também?
No geral, a obra é muito boa, a única crítica é ao desfecho em que tudo acontece rápido demais e deixa a gente com a sensação de algo mal contado. O ponto negativo não atrapalha em nada a experiência, então eu super indico que vocês leiam e procurem outros trabalhos parecidos, como os livros da distopia de Margaret Atwood, “The Handmaid’s Tale”, que ganharam uma série do mesmo nome (a gente fala dela bem aqui ).
Até o parágrafo anterior, já foram 542 palavras e mesmo que ninguém esteja restringindo nada aqui, vou terminando a resenha de hoje. “Vox” deixou aquele misto de ter muito o que refletir e não conseguir externar tudo em palavras. Só lendo mesmo para entender o que eu digo.
No mais, só para quem acha que distopias falam de coisas “nada a ver”, comparem esse trecho do livro com a fala de qualquer pregador por aí e reflitam. (Até a próxima resenha, beijos).
“A mulher não deve ir às urnas, mas tem uma esfera própria, de incrível responsabilidade e importância. Ela é a guardiã do lar, nomeada por Deus… Ela deve ter total consciência de que sua posição de esposa e mãe, e de anjo do lar, é a tarefa mais santa, mais responsável e régia designada para os mortais; e descartar qualquer ambição de algo mais elevado, já que não existe nada tão elevado para os mortais.”
– Texto do reverendo John Milton Williams.
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Vox
Autora: Christina Dalcher
Ano de Publicação: 2018
Gênero: Ficção
Editora: Arqueiro
N° de Páginas: 320 (ebook)
País de Origem: Estados Unidos
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” Diante de um governo extremista, machista, homofóbico e misógino com uma capa de cristianismo em cima” qualquer semelhança com nossa realidade atual é mera coincidência…
Já tinha ouvido falar desse livro, mas com a resenha me deu a certeza que irei comprar quando possível! Eu também compartilho do mesmo gosto que vc por distopias que nos fazem refletir, é um dos meus gêneros preferidos, perde apenas para thrillers.
Já ouvi muitos comentários positivos sobre esse livro e sua resenha só confirmou que eu preciso lê-lo. Necessito dessa experiência vivada por você, pois até o momento não li nenhuma distopia. Sinto até vergonha. Esse ano vou cumprir a meta de ler distopias e esse livro já vou colocar na lista.
Guardiã do Lar? Nomeada por Deus? Oh c**alho! Desculpa a linguagem, mas fico muito p… da vida quando usam religião para submeter o povo. Aliás, acredito que o machismo tenha suas profundas raízes aí! As pessoas precisam pensar fora da caixinha! Adorei a indicação e com certeza é uma obra que me deixará muito indignada kkkk ainda mais por pensar em quantas criaturas femininas votaram no nosso atual governo. Lógica e racionalidade pra quê, né??? O Conto da Aia espero ganhar no Seguidor Distópico rsrsrsrs